domingo, 15 de abril de 2012

Pesquisa aponta queda da incidência de aids Redução em nível nacional foi de 20% em 20 anos; tratamento e políticas de prevenção contribuíram para o resultado

Londrina - A quantidade de casos de aids registrados em todo o mundo está em queda. A redução foi de aproximadamente 20% nos últimos 20 anos. Em Londrina, o panorama não é diferente. A incidência da doença - que se mede comparando o número de novos casos com o total da população - também tem diminuído desde 1996, ano em que foi introduzida a terapia antirretroviral para tratamento de portadores e foram registradas melhorias na política oficial de saúde voltada para a prevenção de doenças sexualmente

transmissíveis.

Em 1998, por exemplo, a incidência da aids em Londrina foi de 41,7 por 100 mil habitantes. Dez anos depois, esse número caiu para 30,3 por 100 mil habitantes.

Essas informações constam da dissertação que a enfermeira e professora Flaviane Mello Lazarini apresentou ao mestrado em Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Londrina (UEL) sob o título ''Tendência e Características da Epidemia de Aids em Município de Grande Porte do Sul do Brasil: 1986-2008''.

Flaviane fez um grande levantamento sobre os casos de aids diagnosticados em moradores de Londrina e notificados às autoridades de saúde. Até o final de 2008, foram comunicados 1.912 casos. A pesquisa, no entanto, não se limitou aos aspectos numéricos. O estudo aponta que a partir de 1996 ocorresse um significativo aumento da sobrevida dos pacientes com aids. ''Hoje os doentes levam uma vida quase normal, exceto por alguns cuidados que devem tomar e por certos efeitos colaterais dos medicamentos'', diz a pesquisadora.

Até 1995, aponta o estudo, a epidemia era muito maior em homens do que em mulheres e crescia em todas as faixas etárias, exceto na população de 50 anos ou mais. A partir de 1996, a disseminação muda. A noção de grupos de risco é substituída pela vulnerabilidade, que atinge todas as pessoas, independentemente de sexo, idade ou posição social.

A partir do triênio 2000-02, o número de casos em mulheres entre 14 e 49 anos superou a quantidade de registros entre homens heterossexuais. ''Isso mostra que é preciso direcionar políticas públicas de prevenção para todos esses grupos, o que não está sendo feito hoje.''

Um dado positivo da pesquisa é a queda da transmissão nas faixas etárias mais jovens. ''Os jovens têm tido maior acesso à informação e estão aprendendo a se prevenir. É a mudança de geração. A anterior recebeu a informação, mas não se via em risco. Já a geração seguinte percebe o risco e muda o comportamento'', analisa a autora.

A conclusão, segundo Flaviane, é que as políticas de prevenção precisam ser direcionadas a grupos específicos em que a incidência da doença é maior.
folha web

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