terça-feira, 24 de abril de 2012

Casos de dengue caíram 94% desde agosto de 2011 Estado registrou três casos graves, que evoluíram bem com recuperação total dos pacientes

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Arquivo Londrix
A Secretaria da Saúde vai aproveitar o período de maio a julho, em que há queda significativa de casos de dengue no Estado, para planejar as atividades e qualificar profissionais para o controle do mosquito transmissor da doença e a assistência aos doentes. O planejamento será baseado no mapa da dengue no Paraná, que aponta uma queda significativa no número de casos da doença, mas ao mesmo tempo mostra a inclusão de novos municípios na lista dos que enfrentaram epidemias de dengue. Dados divulgados esta semana durante a reunião mensal do Comitê Gestor Intersetorial para o Controle da Dengue mostram que o número de casos de dengue no Paraná caiu 94% no período entre agosto de 2011 e 23 de abril deste ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Foram confirmados 1.361 casos, dos quais 1.219 autóctones (em que a infecção ocorreu dentro do Estado) e 142 importados. Foram apenas três casos graves, todos com pacientes curados. “O mapa da dengue mudou e não houve nenhum óbito no Paraná”, afirmou o coordenador da sala de situação da dengue, Ronaldo Trevisan.
Segundo ele, municípios com registro histórico de poucos casos, como Francisco Beltrão, enfrentaram epidemias. O município confirmou o maior número de casos, 444, seguido de Toledo (97), Alto Piquiri (79), Diamante do Norte (69). A situação também é preocupante em Jaguapitã e Boa Vista da Aparecida, devido à alta incidência de casos em relação à população.
O Estado já enviou para esses municípios equipamentos e profissionais das regionais de saúde para realizar ações de bloqueio. Além disso, as equipes das regionais prestam todo o suporte para intensificar as ações de prevenção e mobilização.
Atualmente, 263 municípios paranaenses são considerados infestados e 114 já tiveram casos confirmados. O risco da doença é considerado iminente durante todo o ano.
Trégua no inverno
Com a chegada do frio, a tendência é haver redução no número de casos. Com temperaturas mais baixas o inseto se desenvolve de maneira mais lenta. Os ovos do Aedes aegypti podem sobreviver até 450 dias à espera de um dia ideal para eclodirem.
A orientação da Secretaria da Saúde é para que os municípios se mantenham em alerta. “A visitação casa a casa deve ser mantida pelos municípios e o Estado também vai ampliar o número de capacitações para preparar a vigilância e a retaguarda de atendimento para uma possível epidemia”, disse o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz.
Aliado aos treinamentos sobre manejo clínico dos doentes, a Secretaria também distribuirá para as regionais de saúde um manual prático sobre as estratégias voltadas ao controle do mosquito.
Ele ressaltou que o Plano Estadual de Saúde, sob apreciação do Conselho Estadual de Saúde, prevê ações integradas de combate a dengue para os próximos três anos. As regionais de saúde deverão elaborar um relatório sobre a situação de cada município que enfrentou epidemia ou surto de dengue neste ano. O documento será apresentado ao Comitê Gestor e ao controle social, servindo como base para melhorar a qualidade dos planos de contingência municipais e estadual.
De acordo com o coordenador da Dengue na Regional de Londrina, José Carlos Moraes, é necessário realizar um trabalho de sensibilização da população. “O fumacê deve ser usado de forma cautelosa, complementando as outras atividades recomendadas. Não adianta matar o mosquito adulto e, uma semana depois, o problema voltar por conta dos ovos e larvas que não foram eliminados”.
O Laboratório de Climatologia da Universidade Federal do Paraná (Laboclima - UFPR) mantém 18 estações climáticas para monitorar as regiões do Estado que apresentam situação propícia para o desenvolvimento do Aedes aegypti.
A equipe da UFPR analisa condições como umidade relativa do ar, temperatura e índice pluviométrico de cada região e emite um relatório apontando os principais pontos de risco no Estado. Os dados têm validade de dez dias e permitem um trabalho focal de eliminação dos criadouros do mosquito. Nesta semana, nove estações indicam estado de alerta, a maioria na região noroeste e oeste do Estado.
A sintomatologia da dengue é bastante parecida com a de outras doenças, o que pode causar falhas na escolha do tratamento. “O diagnóstico deve ser confirmado preferencialmente por exames laboratoriais, mas o médico tem que estar atento e respeitar o protocolo de atendimento preconizado sempre que haja suspeita de dengue”, explicou o médico da Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores, Enéas Cordeiro.

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