quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Londrina se prepara para evitar nova epidemia de dengue

Cerca de R$ 400 mil em verbas federais, mutirões de limpeza, campanhas de conscientização e contratação de mais agentes de endemias são as armas que Londrina terá para tentar evitar que a cidade seja vítima de uma nova epidemia de dengue. No ano passado, foram registrados 7,4 mil casos da doença, recorde histórico, com 4 mortes. No outro lado da trincheira está o clima, com calor e chuva, um ambiente ideal para a reprodução do mosquito Aedes aegypti.
Nesta terça-feira (3), o Ministério da Saúde anunciou a aprovação de R$ 395.142,67 para Londrina usar no combate à dengue. Outras 129 cidades paranaenses também foram beneficiadas, mas Londrina ficou com a maior verba. Maringá receberá R$ 242.332,50, Foz do Iguaçu R$233.163,21, Curitiba R$ 200.000,00 e Cascavel R$196.995,28.
Com mais dinheiro em caixa, o município prevê a contratação de 260 agentes municipais de endemias através de concurso público. Hoje são 245. Em 2010, eram apenas 65. “O quadro estava muito baixo”, diz a diretora do Núcleo de Epidemiologia de Londrina, Sandra Caldeira de Melo.
O baixo número de agentes foi uma das principais barreiras no combate em anos anteriores. Em 2010, a cidade registrou 2.072 casos de dengue. No ano seguinte houve o recorde negativo histórico, com 7,4 mil casos na pior epidemia já registrada na cidade. Segundo coordenador de Endemias, Elson Belisário, a contratação de novos servidores diminuirá a rotatividade dos funcionários, o que vai aumentar a qualidade do serviço em 2012.
A cidade também realizou mutirões de limpeza nos meses de novembro a dezembro em todas as regiões. Foram coletadas 162,4 toneladas de materiais em oito mutirões de limpeza em terrenos baldios, fundos de vale e casas. Água acumulada em meio a entulhos são os principais criadouros do mosquito. Os trabalhos serão retomados depois da divulgação do resultado do Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes Aegypti (LIRA), no final de janeiro, que dará a base para definir onde e quantos mutirões serão feitos.
Contra o clima
A tendência é que o verão tenha chuvas dentro da média. Mas o efeito do fenômeno Lã Niña na estação deve favorecer a irregularidades nas chuvas. Com isso, haverá períodos de chuva forte, grande acúmulo de água e pouca vazão, ambiente propicio para o desenvolvimento do Aedes. “O que intensifica o clima propicio para o desenvolvimento do mosquito da dengue é justamente períodos de calor intenso sem chuvas, alternando com picos irregulares de chuva forte”. “Também devemos ter o registro de temperaturas elevadas, em janeiro a média deve ficar 35°C”, diz Ana Beatriz Porto, meteorologista do Instituto Tecnológico Simepar.

Sandra Caldeira explica que todos os anos a cidade já sofre com um indicativo de aumento do número de casos no verão. Mas espera que as ações mudem o quadro neste ano. “As ações de vistoria, trabalhos educativos nas escolas e campanhas de prevenção na mídia são importantes enquanto não houver uma consciência maior da população em nos ajudar”.
Apesar do aumento no número de casos de 2010 para 2011, Sandra avalia que no período de agosto até dezembro houve uma redução neste ano em comparação ao ano passado. “Tivemos 31 casos de 1° de agosto até dezembro de 2011, já no mesmo período do ano passado foram registrados 184 casos. Já estamos com índice mais baixo do final do ano para cá, mas não é momento de comemoração é momento de alerta, de executar as ações preventivas e de pedir ajuda da população”, ressalta.
 do jornal de londrina

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