sexta-feira, 20 de abril de 2012

Seria falso heroísmo assinar investigação, diz Demóstenes


Geraldo Magela/Agência Senado
Na mira do Conselho de Ética, Demóstenes tenta aos poucos retomar sua rotina de trabalho
Brasília - Suspeito de favorecer o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) disse ontem que seria ''falso heroísmo'' assinar o pedido para criação da CPI que vai investigar a ligação do empresário com parlamentares e agentes privados.

''Não faço falso heroísmo. A vida toda fui coerente. Assinar, qual seria a razão? Falso heroísmo?'', disse. Sem assinar o requerimento que criou ontem a Comissão Parlamentar de Inquérito, Demóstenes disse que respeita os colegas que pediram a investigação. ''Acho que o Congresso tem razão para a CPI. Eu respeito o Congresso.'' E completou: ''todos têm direito de assinar''.

O senador reiterou que só vai se manifestar sobre as denúncias que o ligam a Cachoeira depois de apresentar sua defesa ao Conselho de Ética do Senado. Ele disse que já espera a convocação da CPI para prestar depoimento. ''Obviamente (serei convocado).''

Aos poucos, Demóstenes tenta retomar sua rotina de trabalho mesmo respondendo a processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética. Pelo segundo dia consecutivo, o senador registrou esta tarde sua presença no plenário, conversou com colegas e circulou pelos corredores da Casa até o seu gabinete.

''Estou voltando à rotina. É minha Casa, fui eleito para isso, tenho que trabalhar'', afirmou.

Investigações da Polícia Federal, por meio das Operações Vegas e Monte Carlo sobre jogos de azar, indicam o envolvimento de agentes públicos e privados com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira - entre eles o senador. A CPI vai investigar a ligação de Cachoeira com políticos e empresas privadas - entre elas a Delta, que mais recebeu verbas do Orçamento do Executivo federal desde 2007.
Gabriela Guerreiro
Folhapress

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